Porque lembrar é preciso...

Porque lembrar é preciso...
"Partire è un pó morire", dice l’adagio, ma è meglio partire che morire, aggiunge Carrara. ("Partir é morrer um pouco", diz o adágio, mas é melhor partir do que morrer, retruca Carrara.)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

gioco delle boche


Lá, em 1880, os italianos "começaram a invadir" o Brasil. Junto com eles vieram inúmeras tradições culturais, em especial o jogo de bocha (gioco delle bocce), que era praticado durante a viagem, nos navios, quando era possível. Na zona rural, onde minha família se estabeleceu, era comum encontrar locais destinados a essa diversão. Meu tio Afonso Maiochi me deu duas fotos que ilustram bem como os imigrantes gostavam desse esporte. E ele me contou que durante uns cinco anos diversas famílias italianas e espanholas (Maiochi, Vasques, Toron, Galha, Reche), entre outras, utilizaram o campo de bocha do sítio Campo Redondo, de propriedade de Joaquim Vasques, perto da fazenda Santa Alina. As tardes de domingo eram reservadas para as disputas de bocha e os homens se divertiam, esquecendo a lida dura da semana nas plantações de café. O campo, cuidado por José Pacetti, era o único da redondeza e atraía também as moças e os sanfoneiros, fazendo a tarde ficar mais alegre com música e dança (e com os olhares compridos trocados entre os futuros pretendentes). O tio, olhando a foto com saudade, disse que uma bela paineira sombreava parte do campo e refrescava os ânimos durante as competições mais acirradas. Eu fico imaginando o tanto que eles discutiam. Italianos e espanhóis juntos devia dar uma bela confusão de palavrões e insultos. Nada que não se resolvesse com um aperto de mão no fim da tarde de disputas, mas que um achava que jogava melhor que o outro... ah, isso com certeza. Faz parte de suas almas a personalidade forte herdada de seus antepassados conquistadores.
Nesta foto de 1950 o tio falou que reconhece José Saqueli, José Pacetti, Geninho Reche, ele mesmo, João Maiochi (tio Joanin), Salvador Toron, João Piva, João Moreno e Dito Lopes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário