Porque lembrar é preciso...

Porque lembrar é preciso...
"Partire è un pó morire", dice l’adagio, ma è meglio partire che morire, aggiunge Carrara. ("Partir é morrer um pouco", diz o adágio, mas é melhor partir do que morrer, retruca Carrara.)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

a flor no guidão da bicicleta


Minha tia Lourdes nasceu na fazenda Santa Alina, numa casa com duas portas de frente pra rua. Era assim porque tinha sido construída para ser geminada, mas como a família Nicola era grande ocupava todos os cômodos. Minha mãe me conta que quando a tia era pequena costumava perder o fôlego ao chorar, chegando a ficar roxa. Tia Maria, a irmã mais velha, não sabia o que fazer pra acudir a criança e minha mãe corria pra se esconder, de medo de ver a pequena irmã morrer. Mas, apesar de tudo, tia Lourdes cresceu e se tornou uma moça muito bonita. Era do tipo “mignon”, mas esbelta e com rosto suave e delicado. Na juventude era alvo dos não muito discretos olhares dos moços da fazenda. Mas os seus olhos queriam mesmo era encontrar os de um dos irmãos Maiochi, família que morava um pouco à frente, na curva da estrada que levava ao campo de futebol. O coração batia confuso quando o via chegando da lida de tardinha. E o rapaz também se sentia atraído por aquela moça na janela. Durante muito tempo os sentimentos ficaram guardados, escapando apenas na troca de olhares, nas danças de bailes e nas poucas palavras trocadas. Mas o futuro os dois já sabiam... um dia ela estaria vestida de noiva e ele a esperaria no altar da igreja.
Neste texto tem um bocado da minha imaginação, mas eu o construí ouvindo o tio Roque me falar da tia Lourdes em várias ocasiões. E ele sempre me diz que sentia, lá no seu coração, que os dois iriam se casar. E quando eu perguntei de onde vinha tanta certeza ele confessou: eu sabia desde o dia em que encontrei uma flor que ela colocou no guidão da minha bicicleta...

10 comentários:

  1. Hoje são os torpedos, e-mails e mensagens via MSN. Vale até arriscar uma cantada no twitter (para quem sabe como é que aquilo funciona), mas e o romantismo? Os anos passaram, a vida se tornou mais fácil e ágil e o amor foi perdendo aquela doçura e simplicidade do “saber amar”. Como você já ousou soltar a imaginação na história, eu complemento no comentário – tua tia Lourdes deve ter escolhido a flor com o coração aos saltos e beijado-a encabulada imaginando quanta ousadia existia naquele gesto. Depois deixou a flor presa no guidão e, toda corada, correu pra casa como quem acaba de cometer uma grande loucura.
    Aiiii que delícia imaginar essa cena, saber que uma flor pode unir dois destinos, sendo o primeiro passo de um grande amor.

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  2. Pois é, continuando o comentário da Adriana e dando asas a imaginação...deve ter ficado na janela entreaberta esperando o momento que ele pegaria a flor e a procurasse com o olhar mais apaixonado que nunca. Como os tmpos mudaram, né?

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  3. E só pra lembrar, disso tudo aí, eu nasci. Sua benção mãe.

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  4. descobri pra quem eu puxei! com certeza não foi pra doidinha que molhava as calças do velhinhos e que fica roubando mexerica! puxei pra minha romântica vovó!

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  5. É olhando a nossa história que vamos entendendo como somos e porque temos certos sentimentos. É uma das razões porque acho o teu trabalho tão bonito Delma.Parabéns por essa preciosidade.

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  6. a ideia do blog foi minha, mas o trabalho é de todos nós... preciso da família pra continuar contando as histórias e relembrando as saudades...

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    1. Olá meu nome é Osvalter Passone, sou da cidade de Campinas/SP, estou pesquisando minha árvores genealógica para fins de obtenção da cidadania Italiana.

      Se você for descendente de Luigi Passoni e Angela Mottim (meus tetraavôs) ou Giuseppe Passoni, Angelo Passoni ou Carlo Passoni (meu triâvo), por favor me responda. Somos todos do interior de SP. Abraços.

      O ramo da minha familia é:

      Livro 10 - Página 104 - Família 653/654
      Chegada Porto de Santo (07/04/1888).
      Navio: Savoia.
      Chefe de Família: Luigi Passoni, Casado, 32 anos, 3 filhos.


      Se você puder contribuir com alguma informação (local e data de nascimento, casamento ou falecimento) que me levem a obter as certidões necessárias ficarei muito agradecido.

      Obrigado.

      Meu contato é:

      Email: osvalter.passone@ig.com.br
      Celular: (19) 91327409

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  7. concordo com a angela! é mto legal conhecer a história da nossa família, pois, afinal, é a nossa história. e sem contar q é muito legal!

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  8. Entalhe e escultura em madeira

    Visite nosso blog

    http://demoraes-entalhe-em-madeira.blogspot.com/

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  9. Olá, sou descendente de Angelo Passoni(52 anos) que chegou ao RS em 11/1880, junto com seu filho Antonio(21 anos) e sua nora Viriginia(18 anos) que solteira era Costamilan.
    Por acaso você tem alguma informação sobre estas pessoas? Somos parentes com certeza.
    Angelo e Antonio faleceram em Caxias do Sul/RS e Viriginia em Sertão de Santana/RS.
    Desde já grato. Meu e-mail é passoni@outlook.com

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